segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Saudade

Nunca vi algo doer como a saudade.
E não é uma saudade que vai se aplacar, é uma saudade que vai se instalar, eterna, definitiva. Ela sempre vai existir, vai ser a companheira fiel, às vezes mais branda, às vezes insuportável, como agora.
Porque os momentos vividos, os amigos conquistados através dos anos, os amores, a família sempre presente, confortante, nunca serão esquecidos.
Nunca vou encontrar um abraço tão reconfortante como o do meu pai, nunca encontrarei de novo um amor incondicional como a da minha mãe. Nunca terei uma crítica tão sincera, mas ao mesmo tempo tão amorosa como minha irmã. Nunca encontrarei alguém tão companheira pra tudo como minha amiga Moyra, que me defende do mundo, que me entende, que até adivinha meus pensamentos. Os amigos do colégio, e os amigos dos amigos do colégio (Kim, Kika, Ninha, Zaninha, Bebel, Anderson), os amigos do bairro, os amigos da faculdade, onde encontrarei pessoas como vocês? Que me conhecem tanto, e mesmo assim gostam de mim...
Eu sei que nos veremos de vez em quando, mas, assim que nos despedirmos, a saudade vai sentar de novo ao meu lado no banco do ônibus, minha eterna companheira. E de novo vai doer, e eu vou chorar por todos os momentos que vivemos, por tudo que aprendi com vocês, pelo o que eu sou hoje, graças a vocês.


"Quando a saudade não cabe no peito, transborda nos olhos"

Obrigada família, por me darem suporte, por confiarem em mim, quando nem eu mesma acreditava, por me darem carinho, por dizerem sempre que tudo vai dar certo. Obrigada amigos, por me escutarem todos esses anos, por chorarem comigo, por celebrarem comigo, por torcerem sempre por mim e por me deixarem ir, mesmo querendo que eu ficasse. Obrigada irmã, por ser minha maior juiza, me mostrando o certo a fazer, por ser uma amiga fiel, por me amar mesmo quando me odeia. Obrigada Moyra, por ser assim como você é, e eu nem preciso dizer como, você sabe do que eu estou falando, você sempre sabe. Torçam por mim, para eu não desistir, para eu aguentar firme. Vocês são o que eu mais amo na vida. Estejam certos disso, e nunca se esqueçam de mim.

... Saudade... Ainda assim, não quero que ela vá embora. Ela é o meu elo com todos aqueles que amo. Porque quem não sente saudade não sente mais nada.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Meu Vestido Armanni






" Parece que eu peguei um vestido muito especial, um Armanni e emprestei para uma amiga. E essa amiga vestiu o vestido e o vestido ficou muito mais bonito nela do que ficava em mim. Daí, ela foi para um festão, sujou o vestido, deixou cair vinho no vestido (...) e o vestido, continua muito mais bonito nela do que ficava em mim.
- Você arrependeu de emprestar seu Armanni para uma amiga?
- Não, não me arrependi, mas ela tem que cuidar muito bem, né, para merecer.
- Senão?
- Eu pego de volta."

Hugo, não sei se um dia você vai ler isso, mas você será pra sempre meu Armanni. Cuide-se bem aí em Sampa, confie em você e nunca desista. Eu também estou aqui em BH, tentando... E tentar junto é sempre mais fácil, como você disse uma vez. Você é parte do que eu sou hoje, então, se você estiver bem, estarei também. Te amo!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Um Dia...

Um dia,  apenas um dia (!), pode mudar sua vida para sempre.
É só isso que eu tenho pra dizer.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Deus...


Deus, faz muito tempo que não nos falamos. Eu sei, a culpa é minha. É que às vezes me sinto cansada. São cruzes demais, provações demais, e me revolto contra você. Esses últimos dois anos não foram fáceis. Tive que abdicar da minha casa, do meu emprego e da minha liberdade pra lutar pela sobrevivência da minha família. Meu pai faz muita falta, Deus. Principalmente sinto falta daquele abraço que me dava certeza que tudo ficaria bem.... Hoje já não tenho tanta certeza. É que, quando olho pra frente, vejo um horizonte obscuro, me sinto perdida. Os dias começam e se acabam me dizendo que durante muito tempo não vou conseguir realizar os meus objetivos. A tarefa é muito árdua e muitas vezes solitária. Porque, no meio de tanta gente pessimista e desiludida, que adora botar a gente pra baixo, eu tenho que ser a fonte de energia e positividade que abranda todo esse negativismo. Confesso que de vez em quando eles conseguem me vencer,  e é aí que bate aquela incerteza, aquela sensação que o tempo está passando, juntamente com a minha juventude, e que nada será capaz de mudar as situações complicadas que se definem, cada vez mais fortes, cada vez mais urgentes, angustiando o que de bom ainda há em mim. Nesses dias eu me descontrolo, choro e peço pra você olhar pra baixo, me dar uma luz, me dar um sinal. Peço pra você me convencer que eu ainda sou capaz de modificar tudo ao meu redor, de conseguir vencer, ainda que todos digam o contrário. Na verdade, só sei que você existe porque sei que não teria como continuar se algo além de mim não estivesse me guiando. Deus, hoje só posso contar com você, porque sozinha eu não posso mais, não tenho força...

Apesar disso que hoje estou dizendo, tenho que agradecer muito a você, Deus. Antigamente eu costumava achar que nunca seria feliz sozinha. Eu sempre tinha alguém em quem me abandonar, alguém pra absorver meus truamas, minhas decepções. Hoje aprendi a confiar em mim mesma, aprendi que, se você quer alguma coisa, você é quem tem que correr atrás. E o gostinho da conquista é muito melhor se você sabe que o esforço e a iniciativa partiram de você e mais ninguém. Hoje vejo quantas coisas posso fazer e realizar. As provas pelas quais você me fez passar me ajudaram a crescer muito, me tornaram o que sou.

Só peço a você, Deus, que nunca me abandone. Que você nunca esqueça dessa pessoa aqui, que nem sabe quem é, que mete os pés pelas mãos, que quase sempre sempre não sabe o que fazer, nem o que dizer, e que vive na loucura entre o que quer ser e o que as pessoas querem que ela seja, que tenta agradar a gregos e troianos, que sabe amar, que sabe o que é sofrer, mas que não desiste nunca de tentar ser feliz. Não esqueça de mim, Deus, porque, apesar de eu te xingar às vezes, apesar de eu não entender seus desígnios e suas famosas linhas tortas, eu nunca deixei de acreditar, e espero continuar assim...


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Queixume

Porque felicidade?
Você chegou assim tão perto de mim?
Porque você falou uma porção de coisinhas, e olhou bem dentro dos meus olhos, fazendo-me sonhar?
Você tocou minha mão, alma adormecida, deixando em minha vida uma esperança boa!
Você encheu corpo de beijos e pôs em meu coração... Fremitos de amor!...
Depois...
Você jurou nunca mais me abandonar.
Alma de mariposa...
Felicidade má...
Porque tanta promessa
Se você não vinha pra ficar?...


Pasmem! Essa poesia, poema, sei lá, foi escrito pela minha mãe! Vocês estão tão chocados quanto eu? Acho que quem a conhece está. Pra mim, pelo menos, foi muito estranho. Na minha cabeça minha mãe sempre foi uma adulta problemática, frustrada (não sem motivo, enfim...), de mal com a vida e de gênio difícil (desculpem, ela não é assim tão má, é que hoje estou meio chateada com ela. Ela está com muitos problemas e sua carga depressiva desaba sempre em cima de mim). Mas, afinal, descobri que ela já foi uma adolescente, teve seus desamores e até sofreu um bocado na sua imaturidade, assim como eu e muitos de nós que amam e odeiam e choram e se descabelam, etc e tal. Também foi interessante descobrir o quanto ela escrevia bem. De onde veio esta tem muito mais, e são realmente muito boas. Estou até pensando em publicar e ficar rica. O que acham?

Fora isso, desejo um ano novo cheio de coisas boas pra todos os meus amigos e pra todos aqueles que gastam um pouquinho de tempo vindo aqui e lendo as besteirinhas que eu escrevo. Tudo de bom pra todos nós!!!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ano novo, visual novo!


Eu já tive cabelo de todas as cores, de todos os comprimentos. Menos essa, porque tinha não tinha coragem de agredir meus fios com tanta força. Até hoje. Foram 6 horas de salão, muito sofrimento e muita paciência, mas ficou do jeitinho que eu queria (mais ou menos, tah meio duro ainda "/ ). Tô achando bem legal ser loira, dá um "Q" de chique essa cor e combina com tudo. O ruim é que gastei mais de 100 reais com shampoos, condicionadores, máscaras reparadoras e silicones carérrimos. Eu que de vez em quando lavava meu cabelo até com sabão de côco tô tendo que arrumar um jeito dele não ficar tão seco e armado.

Mas valeu a pena. Tô me sentindo mais animada pra entrar no novo ano. Assim como fiz com o meu cabelo, quero fazer algumas revoluções na minha vida, colocar algumas coisas em ordem. Mas isso é assunto pro próximo post. Espero que tenham gostado!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Um dia de cão

Mutreta...

 E Sossego... Os heróis do dia

1º de dezembro, quarta-feira

Querido Diário,

Hoje passei a madrugada na delegacia. Tudo começou quando, às 1h30, eu ouvi o alarme do mercado soar pela 1ª vez. Eu tinha acabado de desligar o note e a última cena do último capítulo da 4ª temporada de Dexter

ainda estava na minha cabeça, me chocando. Levantei, fui ao quarto da minha mãe, ela já estava acordada. De vez em quando isso acontecia. Como o alarme tem sensor de movimento, uma borboleta, uma bruxa ou outro inseto maior pode ativar a sirene. Não me preocupei muito então, mas os cachorros latiam furiosamente. Abri as janelas da frente mas não me dei ao trabalho de ir ao portão verificar. Depois de alguns minutos e algumas piscadelas de luz os cachorros cessaram de latir. Religuei o alarme e fui dormir. Mas nem bem fechei os olhos e o alarme gritou de novo, que borboleta chata! Não, os cachorros estavam mais nervosos e mais barulhentos que nunca. Com certeza tinha alguma coisa errada.

_190, emergência!
_Boa noite! Poderia mandar uma viatura circular na minha rua? O alarme disparou duas vezes e estou com medo de ir lá fora verificar.
_Pois não. Endereço?
(...)
Em cinco minutos a polícia estava na minha porta.
_Senhora, poderia vir aqui, por favor?
Medo.
_Olha, arrombaram a porta do seu estabelecimento. Teria alguma outra entrada por dentro? Temos que verificar se o meliante ainda se encontra lá.
Pânico.

Como num filme policial, eles sacaram as armas. O de trás deu cobertura enquanto o outro chutava a porta. O feixe de luz da lanterna ia na frente, vasculhando tudo.
_Tá limpo. Senhora, entre e me diga o que está faltando.
_Fácil, minha gaveta de dinheiro.

Enquanto um policial anotava meus dados e fazia um milhão de perguntas pra fazer a ocorrência, o outro rodava as ruas à procura do fugitivo. Foi quando ouvi no rádio do PM:
_Cabo André, outro arrombamento aqui na Hugo Vocurca, perseguindo suspeito: Homem branco, magro, 1,65m, de bermuda e sem camisa. Está se dirigindo para a ponte de acesso à Ase.
_Positivo, a caminho. Senhora, aguarde aqui a perícia, não mexa em nada. Vamos pegar o cara mau.

E pegaram mesmo. Depois me disseram que ele pulou no rio (ECA!!!) pra tentar fugir, mas a polícia dos cachorros bravos não deixou. O ruim é que tive que ir na delegacia fazer o B.O. e conversar com o delegado. Foi estranho ver um bandido assim tão de perto, sem capacete e sem máscara, olhá-lo nos olhos. Toda vez que ele olhava pra mim eu arrepiava dos pés à cabeça de medo. Apesar disso, fiquei com pena. Ele devia ter um ou dois anos mais que eu, estava sujo, fedendo a esgoto, molhado e com frio. Fiquei me perguntando (e com vontade de perguntar pra ele) se ele era mesmo um cara mau, porque ele tinha feito isso e se estava arrependido. Tive vontade de dizer pra ele não jogar a vida fora desse jeito, que, embora às vezes pareça que a vida não tem solução, ela acaba aparecendo, e que a gente não precisa passar por cima dos outros, magoar, destruir ou fazer mal, para conseguir o que queremos.

Saí da delegacia já eram 8h30. Era hora de começar a trabalhar e eu estava morta, triste e preocupada com o depois. Será que vai ser sempre assim? Será que vou ter que aprender a conviver com o medo? Porque, no final das contas, ele não roubou só a minha caixa de dinheiro (que, aliás, foi parar no fundo do rio) e minha noite de sono, ele roubou a tranqüilidade da minha mãe, roubou a minha ilusão de segurança e minha fé nas pessoas.




OBS: Essa foi a quarta vez que alguém nos roubou. As três primeiras foram assaltos à mão armada e eu estava no caixa. Não dá pra descrever a sensação de impotência e pânico que eu senti. Até hoje fica o medo de que aconteça novamente. Depois que colocamos câmera e alarme, achei que estávamos protegidas, mas é só uma ilusão. Quando alguém quer te tirar alguma coisa, não há nada que segure. Ainda assim, tive que agradecer a Deus, porque, pelo menos dessa vez, não apontaram uma arma na minha cara.